quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Coisas do Xadrez.....


TEXTO DE GUTO FARIA, O AUGUSTO DO XR

Crônica: Coisas do xadrez

. . . mas é verdade

Tem coisas que, apesar de ser verdade, tem cara de mentira, e se contar ninguém acredita. Aliás duas, que sempre conto quando me dizem, que não acreditam.

Por exemplo..
Quando jovem, resolvi transformar em tabuleiro, um resto de compensado
que aguardava na garagem, para viver seu nobre destino.
Tinta branca, duas demão, espero secar. Durex, papel e um estilete,
cobri as casas que deveriam continuar brancas. Com tinta tipo spray
cinza- metálico, com certeza resto de um reparo na lataria do carro, que meu pai iria precisar novamente, comecei meu trabalho.
Na segunda demão , apareceu uma barata, dessas grandes, cascudas,
que pela pressa e direção, com certeza queria entrar no jogo. Dei-lhe uma boa pintura e ela morreu, ou quase. Nos retoques finais, ela, - a barata- deu sinal de vida, lenta, mais viva. Um segundo jato, no capricho e ela morreu, pensei eu.

Muitos xeques-mate depois, no improvisado tabuleiro, numa roda de amigos, alguém disse:
-- Vou contar uma coisa... não, não vou não, ninguém acredita.
-- Conta, - começo - fala. Insisti, ele continuou um tanto quanto inseguro.
-- Eu estava passando nesta calçada e vi uma barata, mas era diferente, perecia aqueles coisas que as mulheres usam nas roupas.
-- Um broche?- disse eu, já prevendo o lance seguinte.
-- É, e eu quase pego, mas ela andou, era uma barata, tenho certeza, linda... mas uma barata que tinha uma cor...esquisita, diferente, meio sei lá...
– Metálica, acinzentada ? - completei.
– É, é... você acredita? - ele com entusiasmo infantil
– Claro, foi eu que pintei.
Ele não acreditou,....nem os outros, que riam de
dois mentirosos, ...mas é verdade.

Na proxima, eu conto como empatei com um grande mestre.
Guto Faria


Haicai : Saber xadrez Existe razão ?!
Xeque mate de peão
Não é ilusão.
Guto Faria.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se eu encontrasse a barata, certamente pregaria na minha mochila!
Muito legal a história!
Caroline